O sistema ADS-B (Automatic Dependent Surveillance – Broadcast) é a maior evolução de um Sistema de Vigilância de Tráfego Aéreo.

Automatic – está sempre ligado e não requer intervenção do operador.
Dependent – depende de dados providos pela aeronave para vigilância.
Surveillance – fornece dados de vigilância similares aos do radar secundário.
Broadcast – Transmite continuamente a posição da aeronave e outros dados para qualquer aeronave, ou estação terrestre equipada para receber os sinais ADS-B.

O ADS-B oferece melhorias operacionais significativas em relação aos conhecidos sistemas Trasnponder (radar secundário), como maior consciência situacional para pilotos e controladores. As operações no ar e na superfície são mais seguras pela melhor precisão de monitoramento, taxa de atualização e informações de intenção – tudo por uma fração do custo dos sistemas de vigilância tradicionais.

Uma estação de vigilância ADS-B é extremamente mais simples do que as atuais estações de radar secundário ATCRBS (Air Traffic Control Radar Beacon System). Enquanto sistemas ATCRBS utilizam grandes antenas giratórias acopladas a um potente amplificador de RF, os sistemas ADS-B utilizam uma pequena antena de recepção acoplado à um receptor que cabe na palma da mão.

Para as funções rotineiras de Controle de Tráfego Aéreo, os sistemas ADS-B irão, algum dia, substituir a maioria dos Radares de Vigilância de Superfície do Mundo (SSR’s)…

Com a popularização do GPS na década de 90 a aviação entrou em uma nova era, a Global Satellite Navigation Age, na qual a aplicação universal dos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS) e Vigilância Automática Dependente – Radiodifusão (ADS-B), está desencadeando mudanças na gestão do tráfego aéreo global em uma escala que supera até mesmo o que foi visto durante a introdução do Radar, mais de sessenta anos atrás.

Similar ao ADS-B, também existem sistemas ADS-C que se diferencia do ADS-B na forma como os dados são transmitidos. Enquanto o sistema ADS-B transmite as informações de forma que qualquer receptor compatível pode fazer a leitura dos dados das aeronaves, o sistema ADS-C utiliza um sistema de transmissão de fechado, onde apenas os assinantes podem receber as informações. Isso diferencia o sistema ADS-B (broadcast) do sistema ADS-C (contract). Os sistemas ADS-C utilizam comunicação via satélite para a transmissão ou retransmissão dos dados das aeronaves, e como comunicações via satélite tem um elevado custo, estas somente são feitas por contrato.

Enquanto não existirem estações de solo suficientes para a captação dos dados ADS-B, ambos os sistemas coexistirão por um bom tempo.

Como funciona o sistema ADS-B?

Diferentemente do radar primário, que funciona refletindo ondas de rádio de antenas terrestres fixas de alvos aéreos e então interpretando os sinais refletidos ,o ADS-B usa, como componentes fundamentais, a tecnologia convencional do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS) e uma frequência RF de comunicações por radiodifusão relativamente simples. Além disso, ao contrário do radar, a precisão do ADS-B não se degrada seriamente com o alcance, as condições atmosféricas ou a altitude do alvo e os intervalos de atualização não dependem da velocidade de rotação ou da confiabilidade das antenas mecânicas.

Em aplicações típicas, a aeronave com capacidade para ADS-B usa um receptor GNSS comum (GPS, Galileo, etc.) para derivar sua posição, e então combina essa posição com diversas outras informações da aeronave, como velocidade, rumo, altitude e número do voo (Flight ID). Essas informações são transmitidas simultaneamente para outras aeronaves com capacidade para receber os dados (ADS-B in), para as estações de solo ADS-B, ou para os transceptores de comunicações via satélite (ADS-C), que retransmitem a posição da aeronave e informações adicionais aos centros de Controle de Tráfego Aéreo em tempo real.

ADS-B

Obrigatoriedade do sistema ADS-B

Nos EUA já existem espaços aéreos que se tornou obrigatório o uso de equipamentos ADS-B out. Até 2020 será obrigatório em todos os espaços aéreos.
Aeronaves executivas que realizam voos para os EUA e outras regiões fora do Brasil devem ficar atentas quanto a necessidade de uso de equipamentos ADS-B.
No Brasil o DECEA já utiliza o sistema ADS-C desde 2009. A implantação de receptores ADS-B pelo DECEA segue de forma lenta, mas contínua. Desde 2017, o espaço aéreo da Bacia de Campos é 100% monitorado por receptores ADS-B e só podem ingressar aeronaves devidamente equipadas com transmissores ADS-B.

Outras funções incorporadas aos equipamentos ADS-B

A essência do equipamento ADS-B é a transmissão e recepção de dados digitais por Rádio Frequência. E em se tratando de dados digitais, qualquer informação pode ser transmitida. Quando o hardware já está desenvolvido e implemento, novas funcionalidades dependem apenas do desenvolvimento do software ou aplicativos, como conhecemos hoje.
Neste sentido foi incorporado aos receptores ABS-B a exibição de tráfego aéreo e de meteorologia.

O TIS-B (Traffic Information Service – Broadcast) suplementa o ADS-B com todo o tráfego conhecido pelo sistema ATC, fornecendo assim uma consciência situacional completa no cockpit. O TIS-B é um serviço importante para um link ADS-B no espaço aéreo, onde nem todas as aeronaves estão transmitindo informações ADS-B. A estação TIS-B em terra transmite informações de alvos de vigilância no enlace de dados ADS-B para alvos não tripulados ou alvos transmitindo apenas em outro enlace ADS-B.

Outra funcionalidade incorporada aos equipamentos ADS-B é o FIS-B (Flight Information Services – Broadcast). O FIS-B pode fornecer informações meteorológicas através de texto e gráficos, NOTAMs, ATIS e outras informações semelhantes.

O FIS-B é inerentemente diferente do ADS-B, pois requer fontes de dados externas à aeronave ou à unidade de transmissão, e possui diferentes requisitos de desempenho, como a periodicidade da transmissão. Além disso, para receber informações do sistema FIS-B é necessário sobrevoar áreas cobertas com estações de solo.

Como funciona o FlightRadar24?

Um receptor ADS-B é tão mais simples do que um sistema de controle por radar que surgiram diversas redes de receptores compartilhados para rastrear o tráfego aéreo.

A mais conhecida e talvez mais difundida rede é o FlightRadar24. Neste website é possível acessar informações de aeronaves no mundo todo. Claro que serviços mais avançados são para assinantes, mas são através de assinantes voluntários que a área de abrangência do FlightRadar24 aumenta.

Outros sites que fornecem o serviço de “tracking” são:

  • ADSBexchange
  • ADSBhub
  • FlightAwere
  • OpenSky Network
  • PlaneFinder
  • RadarBox24
  • VariFlight

Como é a instalação?

Sistemas ADS-B podem ser instalados substituindo o sistema de transponder original e qualquer aeronave pode receber um sistema ADS-B.

Existem no mercado diversos fabricantes de sistemas ADS-B, dentre os principais podemos citar Garmin, L-3 Avionics, Honeywell, dentre outros.

Um dos sistemas mais completos e de baixo custo no mercado é o sistema Lynx da L-3. O equipamento da L-3 modelo NGT-9000 possui display integrado e possui várias funções (aplicativos) opcionais, como TCAS e TAWS.

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