Nos últimos anos muito tem se falado sobre a escassez de pilotos no mercado da aviação brasileiro. Será que essa escassez realmente existe? A melhor forma de tentarmos responder a essa pergunta é estabelecermos uma comparação entre o aumento da frota de aeronaves no Brasil e o número de pilotos que se formam a cada ano.

Ao longo dos últimos 7 anos a frota brasileira cresceu a uma média de 800 aeronaves por ano (considerando os dados entre 2009 e 2016). No mesmo período o número de pilotos aumentou numa proporção muito maior. O número de novos pilotos privados de avião cresceu a uma média de 2.603 por ano e o número de novos pilotos privados de helicóptero cresceu a uma média de 665 por ano. Se considerarmos apenas os novos pilotos comerciais formados, ainda assim o número é bem maior que o crescimento da frota. Foram em média 1.534 novos pilotos comerciais de avião formados e 545 novos pilotos comerciais de helicópteros formados.

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Seja qual for a análise, parece claro que há um excesso de pilotos em relação às aeronaves. Os tempos onde pilotos estavam escassos parecem ter se esgotado. Fazendo a avaliação apenas para as linhas aéreas, onde houve um aumento médio de apenas 11 aeronaves a cada ano no período entre 2009 e 2016, os valores também demonstram que sobram pilotos. Formaram-se, em média, 303 novos pilotos de linha aérea por ano. Considerando-se que seriam necessárias 4 tripulações para cada aeronave de linha aérea, a necessidade de novos pilotos seria de 88 novos tripulantes a cada ano, o que ainda gera um excesso de 215 pilotos a cada ano.