O campeonato de planador é basicamente uma corrida de planadores. De uma maneira geral ganha quem voar mais rápido. Mas com o advento do GPS foi possível tornar a competição mais flexível em termos de trajeto. Vou explicar a seguir.

Antigamente somente existiam provas que hoje em dia chamamos de “Racing”, em que os pontos de virada eram fixos e iguais para todos. Todos faziam o mesmo trajeto e quem fosse mais rápido ganhava. Tão simples quanto uma corrida de carros.

Hoje em dia todos os voos são registrados por GPS. Ao final do voo cada competidor tem 30 minutos para entregar o arquivo à comissão de provas que utilizará um programa de computador para calcular os pontos de cada participante.

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A largada ocorre em uma linha virtual de 3.0km a 6.0km de extensão. Ela pode acontecer a qualquer momento a partir de 20 minutos após a decolagem do último competidor. Cada piloto decide a hora que julgar mais adequada para largar, não largam todos os pilotos simultaneamente. Vale lembrar que em um campeonato com mais de 30 planadores pode levar até uma hora para que todos decolem.

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O formato atual e mais usual das provas define áreas como regiões que devem ser sobrevoadas. Neste formato, como mostrado na figura acima, o trajeto não é fixo para todos e existe um tempo mínimo de prova. A velocidade de cada competidor será o resultado da distância percorrida pelo tempo, sendo este limitado pelo tempo mínimo de prova. Se o piloto terminar antes do tempo mínimo estipulado, a sua velocidade média será calculada com o tempo mínimo. Isto resultará em uma velocidade média menor.

Resumo: não vale a pena terminar antes do tempo mínimo, a não ser que seja uma questão de “sobrevivência”.

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Pontos importantes:
• Os pilotos devem no mínimo sobrevoar cada área;
• A distância que cada competidor vai percorrer em cada área vai depender da velocidade que este está desempenhando.
• O competidor que voa mais rápido deve voar uma distância maior para o atingir tempo mínimo da prova;
• Se o piloto voar por um tempo maior que o tempo mínimo da prova, a velocidade média é calculada para o tempo voado: não há penalização por voar mais.

Na classe Racing as distâncias “nominais”, definidas de centro a centro entre as áreas consecutivas, costumam ser feitas para velocidades próximas a 100km/h, dependendo obviamente da meteorologia prevista. As áreas ajudam a acomodar variações na meteorologia e também de desempenho dos diferentes tipos de planador. Vale lembrar que toda a pontuação no final é corrigida por um “handicap”, que é um fator relacionado ao desempenho nominal de cada planador.

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A prova de áreas deixa tudo muito mais complexo. Diversas decisões que não existem em uma prova tipo “Racing” têm que ser tomadas em uma prova de áreas. O quanto explorar de cada área, o melhor trajeto e a maximização da distância para um dado trajeto. O computador de voo, no meu caso o LK8000, se torno essencial para isto.

É importante que a interface com o computador de voo seja feita de maneira rápida em intuitiva. A pior hora para aprender a utilizar o computador de voo é em voo. O simulador de voo é uma ferramenta sensacional para este fim o qual utilizei muito no meu treinamento deste ano.

Nos próximos posts vou falar como foi o planejamento, a preparação e o treinamento para o campeonato. Até lá!

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