Você já deve ter se perguntado como funciona todo o processo por trás do funcionamento dos Aeródromos e como os operadores asseguram a segurança operacional. Eu posso te explicar!

Para que um Aeródromo funcione, é necessário que ele cumpra uma série de requisitos estabelecidos pelo DECEA, ANAC e pelo CENIPA, para garantir assim a segurança operacional, para os animais e para os moradores da região. Assim, para garantir a segurança das pessoas nos arredores dos aeroportos, bem como dos passageiros, a legislação aérea brasileira prevê um instrumento de grande importância: o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo. Esse plano (PBZPA) estabelece que esta área é de exclusividade para voos, restringindo a construção de edifícios em alturas que possam pôr em risco os seus ocupantes ou impactar a segurança de cada voo.

O primeiro passo é o projeto da pista e o desenho de suas superfícies imaginárias de voo. Nessa etapa, são criados desenhos e relatórios técnicos com nas superfícies de voo que contemplam a área de proteção, decolagem/aproximação e transição. Assim, é possível identificar todos os possíveis obstáculos a operação das aeronaves, mapeá-los e criar medidas mitigadoras para assegurar a segurança operacional do aeródromo.

Também são analisadas diversas condições ambientais do local de implementação do aeródromo para garantir que nenhuma condição como concentração de pássaros ou animais terrestres possa colocar em risco a operação das aeronaves.

A seguir são mostradas algumas imagens de projetos de aeródromos da Jazz Engenharia Aeronáutica que dão ideia da dimensão dessas superfícies de proteção voo em comparação com o tamanho da pista (tipicamente entre 800 e 1500 metros para pistas privadas):

Como se pode ver pelas imagens, a zone de proteção e um aeródromo se extende a uma área muito grande ao redor da pista. Então é necessário considerar aspectos como relevo local, construções altas e zonas atrativas para pássaros e animais.

Considerando tudo isso no projeto, o próximo passo é se adequar o local fisicamente ao que é estabelecido nos regulamentos de aeródromo, e assim, fazer com que toda a infraestrutura ateste que o mesmo está seguro para a operação. Itens como terraplanagem da pista, confecção de cerca para impedir entrada de pessoas e animais, controle de entrada de pessoal não autorizado e projeto de bombas de combustível para abastecimento e hangares para estacionamento devem ser considerados de acordo com o fluxo previsto de aeronaves e pessoas no local.

Por fim, com o projeto aprovado pelo DECEA e CENIPA e a estrutura física toda montada e vistoriada pela ANAC, o aeródromo é cadastrado na ANAC, o que autoriza sua abertura para o voo. ANAC. Assim, o Aeródromo está autorizado a operar, com sua segurança operacional garantida.

Autores: Thaíssa Andrade, Paulo Gonçalves.